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Catálogo de escritores judeus da Amazônia/Catalog of Jewish writers in Amazon

Escritores judeus e descendentes de judeus

 

Os verbetes biográficos utilizados nesta página foram publicados no "Catálogo dos escritores judeus da Amazônia", organizado pelos membros do projeto Ecos Sefarditas: Judeus na Amazônia e do Núcleo de Estudos Sefarditas da Amazônia (NESA), publicado em 2023, pela Talu Cultural.

Referência completa: CONDE-SILVA, Alessandra F. (Org.) ; GAMA, L. K. S. (Org.) ; BARROS, S. H. B. (Org.) ; SANTOS, T. G. M. (Org.) . Catálogo dos escritores judeus da Amazônia. 1. ed. Rio de Janeiro: Talu Cultural, 2023.

 

 

 

José Benedicto Cohen nasceu em 31 de dezembro de 1872, no Marrocos. Ainda criança, veio para o Pará com pai rabino. Adulto, exerceu o rabinato em Itacoatiara, no Amazonas, até 1912. Durante a vida, foi dentista, professor, bacharel em Direito, tradutor e jornalista. Além disso, foi poeta, contista e ensaísta. Muitos de seus contos e poemas, assim como a tradução para o português do “Cântico dos Cânticos”, foram publicados no jornal sionista carioca A Columna e no jornal O Malho. Dedicou, nesses periódicos, diversos textos à causa sionista, da qual era fervoroso defensor. Entre as obras publicadas pelo autor, constam a tradução do Cântico dos Cânticos (1944), A Sulamita (1959), Um poeta esquecido (1997) e o livro de contos Verdades e fantasias (1925). O autor faleceu em 7 de janeiro de 1933, aos 61 anos de idade, em Petrópolis, Rio de Janeiro.

 

 

Sultana Levy Rosenblatt nasceu no dia 10 de julho de 1910 em Belém do Pará. Filha de Eliezer Levy, importante político da região amazonense, fundador do jornal Kol Israel e do sionismo no Pará, a autora vem de uma família tradicional da região de Tânger, no Marrocos. Casou-se com o meteorologista americano Martin Rosenblatt, com quem teve três filhos. Em função da ocupação do marido nos Estados Unidos, Sultana Rosenblatt morou em alguns países, como Honduras e Porto Rico. A escritora apresenta uma vasta produção literária em que constam romances, tais como Uma grande mancha de sol (1951), Chavito Prieto (1957), Barracão (1959), Reviravolta (1978) e As virgens de Ipujucama (1978); a  peça de teatro A visita a sua alteza: o Sr. Príncipe (1999); o livro de ensaios e crônicas Papéis (1999); e muitos contos e crônicas publicados na revista Morashá[1] como "As aventuras de Jonas" (2001), "David e Golias" (2002), "A história da Rainha Esther" (2002), entre outros. Sultana Rosenblatt faleceu no dia 28 de março de 2007, na Virgínia, Estados Unidos.

[1] Textos disponíveis em: http://www.morasha.com.br/revista.html

 

 

 

Leão Pacífico Esaguy nasceu em 16 de dezembro de 1917, em Itacoatiara, no Amazonas. Filho de Pacífico Augusto Esaguy e Mathide Macnin Esaguy, Leão Pacífico Esaguy começou seus estudos em Portugal e, logo depois, em Manaus. Casou-se com Maria de Lourdes Esaguy, com quem teve cinco filhos. Trabalhou durante muito tempo como escriturário no Banco do Brasil. Cultivou a literatura como lugar de diálogo com a região amazônica e com as origens judaicas, entre a produção literária de Esaguy constam os livros de conto e poesia  Contos amazonenses (1981), Nas noites indormidas e na solidão… (1995), Contos, lendas, narrativas [s.d] e os romances O Aleijadinho (1982) e Enxuga as lágrimas e segue o caminho que te determinaste (1999). Leão Pacífico Esaguy faleceu em 4 fevereiro de 2010, aos 92 anos de idade.

 





Samuel Isaac Benchimol nasceu em Manaus, em 13 de julho de 1923, e faleceu em 05 de julho de 2022, aos 99 anos. Escritor, professor, cientista, economista e grande empresário, deixou como herança uma vasta produção literária e acadêmica, composta por livros, artigos e ensaios que atestam sua magnificência intelectual. Filho da Amazônia, dedicou-se ao estudo dessa região e da sua rica diversidade natural e social, tornando-se uma autoridade no assunto. Ao longo de sua trajetória, publicou trinta e dois títulos, dos quais destacamos Romanceiro da batalha da borracha (1992); Amazônia: a guerra na floresta (1992); Navegação e transporte na Amazônia (1995); Eretz Amazônia: os judeus na Amazônia (1998); Amazônia: quatro visões milenaristas (1999) e Amazônia: formação social e cultural (1999), obras basilares para quem deseja estudar ou conhecer a região amazônica.

 

 

Messody Benoliel Benzecry, ou Mady, nasceu em Manaus no dia 19 de fevereiro de 1933. Filha de uma tradicional família judia manauara, Mady casou-se aos 16 anos e teve dois filhos: Jacob Elias Benzecry (Elly) e Norma Nellie. Começou a carreira como poetisa, mas enveredou mais tarde para as artes plásticas. Radicada no Rio de Janeiro, casou-se, em segundas núpcias, com o escultor Eugênio Carlos, conhecido como Batista. Ela e o marido foram reconhecidos como “Embaixadores da alma brasileira”, representando o Brasil em vários eventos e recepções a ilustres personalidades, como o Príncipe Charles e a Princesa Diana. As obras do casal foram apreciadas por estrelas de cinema e grandes mandatários internacionais, como o presidente Ronald Reagan e a Rainha da Inglaterra. Mady Benoliel Benzecry participou de muitas exposições internacionais, por mais de 20 anos. O L’Officiel declarou Mady e seu marido como “dois criadores dos mais célebres do Brasil” e “verdadeiros embaixadores itinerantes da arte pictural de seu país” (MARGUTTI, 2003, p. 178). Em 1964, Mady publicou o seu primeiro livro: De todos os crepúsculos. Três anos depois, em 1967, ela publica o seu último livro de poesias: Sarandalhas. Algumas de suas pinturas evocam temas já retratados em suas poesias. Mady Benoliel Benzecry faleceu em 11 de junho de 2003.

 

   

Ilko Minev[1] nasceu na Bulgária, em 1946, mas se define como brasileiro. Há 45 anos morando no país, o escritor gosta tanto da região amazônica, lugar que escolheu morar e criar sua família, que se considera um caboclo. Das suas andanças pela região, nasceram muitas histórias, três delas registradas em livro: Onde Estão as Flores?, A Filha dos Rios e Na sombra do Mundo Perdido e Nas Pegadas da Alemoa. Outras histórias, como quando se perdeu na floresta com o filho, viraram até um especial para TV. Muitas outras, ele conta neste site através de seus artigos e vídeos. O gosto pela literatura o acompanha desde que era um menino na Bulgária dos anos 50 e 60 que vivia sob a Cortina de Ferro. Foi em Sófia, a capital do país, que decidiu cursar faculdade de Letras. Lá se aproximou de um grupo de dissidentes do regime comunista e passou a ser perseguido. Era ser preso ou fugir. Pediu asilo na Bélgica, onde estudou economia. O destino e conexões familiares o trouxeram para o Brasil, o trabalho, para Manaus. Apesar da repressão a qualquer educação religiosa e dissidente do marxismo, aprendeu ainda menino com sua mãe, Eva, os princípios do judaísmo e do humanismo. Paralelo ao idioma búlgaro, os Minev falavam alemão em casa e tinham noções de ladino, a língua que os judeus do Mediterrâneo continuaram a praticar depois de expulsos da Espanha no final do século XV. Assim o jovem Ilko herdou não só a rica cultura búlgara, mas também conheceu outras culturas. A paixão por novas culturas e povos só cresce após vir para o Brasil em 1972, com uma oferta de emprego. Primeiramente para São Paulo, depois para Manaus para tocar a operação de uma empresa de eletrônicos na emergente Zona Franca. Dois anos depois é contratado pela loja de departamentos Bemol onde fica até se aposentar em 2012 como sócio. Paralelo às atividades empresariais, Ilko exerce o cargo de Cônsul Honorário dos Países Baixos (Holanda) no Amazonas durante quase 30 anos, além de fundar e presidir o clube Hebraica em Manaus. Ilko Minev é casado com Nora Benchimol Minev há 43 anos. Tem dois filhos, Denis e Ilana, e três netos, Samuel, Eli e Ben. Uma família de amazônidas, termo usado para denominar quem ama o Amazonas, suas belezas e sua cultura.

 [1]  Texto retirado do site do escritor: https://ilkominev.com/biografia/

 

 

Marcos Serruya, filho de Leão Serruya e Meryam Alves Serruya, nasceu no dia quatro de abril de 1947. A família paterna estabeleceu-se na cidade interiorana do Pará, Cametá, e a materna, em Alenquer. Serruya nasceu em Belém do Pará, cidade onde os pais se casaram e residiam. Quando o pai faleceu, Marcos Serruya era ainda adolescente. Estudou em escolas públicas e formou-se em medicina na Universidade Federal do Pará, aos 23 anos. Trabalhou no exército, levando cuidados médicos a pessoas residentes em lugares remotos e fronteiriços. O médico e escritor casou-se com Rosa Maria Morim. A união gerou duas filhas, Karen e Débora, mas a desventura deixou-o viúvo. Mais tarde, ele casou-se com Celeste Pinto Serruya, judia descendente de marroquinos. Da nova união concebeu duas filhas, Ingrid e Ava. Com a maturidade, empenhou-se na comunidade judaica paraense, tornando-se presidente do Centro Israelita do Pará (CIP). Foi também editor do jornal Amazônia Judaica e membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES). Faleceu, em 2010, pouco tempo após lançar o seu segundo romance. Produziu o Pequeno estudo sobre os segredos das pragas do Egito, publicado em 1999, uma tradução comentada do aramaico, que colabora com estudos da comunidade judaica. Hoje, o estudo alcança muitos irmãos judeus marroquinos, já que faz parte da Hagadá de Pêssach em rito sefaradi marroquino (2011), editada por David Salgado. Seus romances publicados foram: O Cabalista (2008) e Cabelos de fogo (2010).

 

 

Elias Salgado nasceu em Boca do Acre, em 1958, no Estado do Amazonas. A família, anos depois,  migrou para Manaus, onde passou parte da infância e da adolescência. O historiador e cronista mora no Rio de Janeiro, com sua esposa Mariza Moreira Blanco. Formou-se em História, pela Universidade Santa Úrsula, e Economia, pela Universidade Gama Filho. Cursou pós-graduação em Educação e História pela Universidade Hebraica de Jerusalém. É presidente e fundador do Portal Amazônia Judaica, do Arquivo Histórico Amazônia Judaica, sítios eletrônicos de estudos sobre a presença judaica na Amazônia, assim como é fundador, diretor e membro do conselho acadêmico do Centro de Estudos Judaicos da Amazônia (CEJA). É editor das revistas Universo Sefarad e Amazônia Judaica. Seus livros de crônicas são: O fim do mundo e outras histórias de beira-rio (2015), Vou ali e volto já (2018) e Memória Indiciada (2020).

 

Myriam Rachel Benayon Reis Scotti, escritora judia amazonense, nasceu em 4 de fevereiro de 1981. Embora tenha se formado em Direito, na Universidade Federal do Amazonas, deixou as Leis e passou a se dedicar às Letras, logo após o nascimento de seu primeiro filho. É casada com Giovanni Falabella Scotti e mãe de Daniel Benayon Reis Scotti e Noah Benayon Reis Scotti. Formou-se em Direito pela UFAM (Universidade Federal do Amazonas). Tem mais de 12 obras publicadas. As primeiras voltam-se ao público infantil, outras abordam temáticas variadas, quer em conto, crônicas, poesias e romances.  No conto “Terra Prometida” do livro de contos Éden tártaro, em formato e-book, e no romance Terra úmida (2021), tematiza-se a presença judaica na Amazônia. Alguns de seus livros publicados são: “O menino que só queria comer tomate” (2015), “O menino que não queria dormir sozinho” (2017), “Quando meu irmão vai embora?” (2017), “A língua que enlaça também fere” (2018), “Mulheres chovem” (2020), “Mãe no país das maravilhas” (2018), “Éden tártaro” (2018), “Desculpa por não conseguir dizer isso antes” (2018), “Diário mágico” (2019), “Quem chamarei de lar?” (2019), “Terra úmida” (2021).

 

 

Paulo Herban Maciel Jacob, filho de judeu sefardita marroquino, nasceu em Manaus. O escritor não professava a religião judaica, mas declarou a sua origem. Retrata em Chuva Branca (1981) e Um pedaço de lua caía na mata (1990) a presença dos sefarditas na Amazônia, sobretudo, no segundo romance. Paulo Jacob produziu extensa produção literária que se volta, muitas vezes, à diversidade dos povos da Amazônia, como o caboclo, o nordestino, o árabe e o judeu. Cursou Direito pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), desempenhou a profissão na magistratura em diversas cidades do interior do Estado. Desenvolveu atividades como professor e pesquisador, atuando por dez anos como professor na Universidade do Amazonas. Escreveu ainda os seguintes romances: Muralha verde (1964), Andirá (1965), Chuva branca (1968), Dos ditos passados nos acercados do Cassianã (1969), Chãos de Maíconã (1974), Vila rica das queimadas (1976),  Estirão e mundo (1979), A noite cobria o rio caminhando (1983), Dicionário da língua popular da Amazônia (1985), O gaiola tirante rumo do rio da borracha (1987), Um pedaço de lua caía na mata (1990), O coração da mata, dos rios, dos igarapés e dos igapós morrendo (1991), Amazonas, remansos, rebojos e banzeiros (1995), Assim contavam os velhos índios ianõnãmes (1995),  Tempos infinitos (2004).

 

 

 

Rogel Samuel nasceu no dia 02 de janeiro de 1943, em Manaus. É neto de Maurice Samuel, um francês judeu alsaciano que imigrou para a Amazônia, foi dono do navio Adamastor e exportador de borracha. O avô de Rogel se casou com uma índia peruana que no sobrenome carregava descendência espanhola, Antonia Cellis. Rogel Samuel viveu a infância e a adolescência na capital manauara (AM) e, a partir de 1961, radicou-se no Rio de Janeiro (RJ). A vocação literária despontou na adolescência, época em que seus versos foram publicados em O jornal de Manaus, em 1959. Na “cidade maravilhosa”, cursou Letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Teve, em sua formação, professores como Mattoso Câmara, Afrânio Coutinho e Anísio Teixeira. Mais tarde, tornou-se Professor Adjunto na mesma Instituição. Atualmente, é professor aposentado. O poeta, escritor, webjornalista e colunista é também sócio correspondente da Academia Amazonense de Letras. Em sua carreira de escritor publicou algumas obras, dentre elas: Crítica da Escrita (1979); Manual de Teoria Literária (1985); Literatura Básica (1985); O que é Teolit? (1986); 120 Poemas (1991); Novo Manual da Teoria Literária (2011); Fios de luz, aromas vivos: leitura de “Retrato de Mão”, de Jorge Tufic (2012); Modernas Teorias Literárias: Breve introdução (2014); os romances O amante das amazonas (2005) e Teatro Amazonas (2012), além de artigos publicados em jornais e revistas.

 

 

Salomão Larêdo nasceu em Vila do Carmo (Cametá), Pará, às 4 horas da manhã da sexta-feira, 23 de abril do ano de 1949, numa casa que fica de frente para o rio Tocantins que nessa hora estava na maré enchente. Seus pais: Milton Larêdo e Maria do Carmo Larêdo. Casado com a Sra. Maria Lygia Nassar Larêdo, advogada, designer. Filho: Filipe Nassar Larêdo, bacharel em direito, editor, escritor. Salomão fez o curso de Direito na Universidade Federal do Pará e trabalhou na Prefeitura Municipal de Belém, onde exerceu inúmeras funções de direção e assessoramento superior, diretor geral de pessoal, consultor jurídico da Secretaria Municipal de Saúde e Meio-Ambiente (Sesma), diretor-geral da Secretaria Municipal de Administração, entre outras exercidas no órgão, de onde hoje está aposentado. Salomão Larêdo é advogado, escritor e jornalista. É editor e produtor cultural. Intimorato e intemerato defensor da cultura e do homem da Amazônia. É autor de mais de cinquenta livros. Dentre os mais recentes, destacam-se: Olho de Boto (2015), As Icamiabas – Lenda das Amazonas - Paíz das Pedras Verdes – romance de mulheres guerreiras sem marido e seus muiraquitãs (2017), Antônia Cudefacho (2019), Pedral Canal do Inferno (2021), Vila do Carmo - As vilas da Vila do Carmo Cametaense (2022), Putiri - mitopoética (2022).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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